quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Em Resposta a Patrícia

"Não sou nem nunca fui favorável a alog que pudesse provocar de qualquer forma, a igualdade social e política entre as raças branca e negra; não sou ne nunca fui favorável à transformação de negros em eleitores ou jurados, ou à sua aceitação para cargos públicos. A isso acrescentarei que existe uma diferença física entre a raça negra e a branca que, segundo creio, para sempre impedirá que as duas raças vivam em condições de igualidade social e política. E, na medida em que isso não pode ocorrer, enquanto permanecerem juntas, deve haver uma posição de superior e inferior, e, tanto quanto qualquer outro homem branco, prefiro que a posição superior seja atribuída à raça branca"

- Abraham Lincoln

"seria intolerável que prejudicassem nosso poder, limitando nossa grandeza e impedindo a realização do nosso "Destino Manifesto, que é estendermo-nos sobre o continente que a Providência fixou para o livre desenvolvimento de nossos milhões de habitantes, que anos após anos se multiplicam"

- John O'Sullivan (Sobre a Expansão para o Oeste que matou milhares de índios nativo-americanos)

A príncipio parece ser um post sobre Racismo e Preconceito, mas como sou pretensioso, prefiro dizer que versarei sobre algo ainda mais primitivo, mais remoto e mais sutil do que o Racismo. A crença de que alguns são superiores à outros, por qualquer motivo (ou falta de) que seja.

Os filósofos Iluministas, ao explicarem a formação da sociedade, fizeram questão de ressaltar as diferenças de produtividade entre as pessoas, como sendo esse, um papel fundamental desenvolvido para a formação da sociedade. (ler "O Leviatã" de Hobbes e "Discurso sobre as origens e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens" de Jean-Jacques Rousseau) Tal análise, proporcionava, não ingenuamente, um sentido econômico maior e mais antigo à então incipiente "burguesia".

Depois de mais ou menos 100 anos dos referidos livros, Darwin propõe a teoria da seleção natural. Que não tinha a ver com a burguesia, antes que me acusem de paranóico anti-capitalista, mas tinha a ver (segundo a wikipédia) com a tese de Lyell que constatou que a terra tem milhões de anos e que se encontra em mudanças constantes e graduais. As aplicações das constatações naturalistas de Darwin no ramo sociológico, provocou a criação de um dos fênomenos literários/sociológicos mais bizarros que perdura até hoje.

Esse fênomeno está presente até hoje no "modus operandis" do EUA, ainda que por vezes, ele fique mais óbvio e outras menos, e consiste na junção dos dois parágrafos supra-postos aparentemente desconexos, mais os discursos supra-citados em um imenso liquidificador ideológico (aqui, refiro-me a "ideologia" no sentido de máscara da realidade) que produziu uma vitamina venenosa ao qual o historiador americano H.W. Brands, chamou de "vindicatismo". Esse vindicatismo reúne o pior da filosofia iluminista, qual seja, a crença da diferença entre os homens no processo produtivo e na formação da sociedade, e junta com uma má interpretação das teorias de darwin, onde acredita-se que as etnias humanas são na verdade "raças" e como tal possuem conjuntos de qualidades específicas e diferenças físicas (como expostas por lincoln no primeiro discurso), para fundamentar uma sobreposição não-justificada e não-justificável de certos grupos de poder (abordagem usada por Fernando Henrique Cardoso em sua famosa teoria da Dependência, ainda que em outro contexto) sobre outros menos favorecidos. Porém como já disse, essa explicação não passa de uma má interpretação proposital dos dois casos. E como tal, julgo dizer que é uma abordagem errônea que nós deixamos construir e por vezes pecamos em utilizá-la, as vezes até ingenuamente como acredito ser o caso da minha recém-amiga-virtual Patrícia. Que diria ter se empolgado com o "Darwinismo social" (Que aliás é oriunda de um professor americano de história) ao separar as pessoas em dois grupos, as Vacas e os Especiais...

O Post dela é muito interessante por ressaltar diferenças intelectuais e emocionais entre as pessoas, e está aqui:

Ao lê-lo, lembrei-me das curvas normais de estatística, e a constatação de um professor meu, onde, se pegarmos os alunos de uma faculdade (ou qualquer população escolhida "randomly "), e os dispormos em filas, o ponto de máximo da referida curva (ou a fila com mais gente, para os menos versados em estatística) coincidirá com a altura média das pessoas. Do mesmo modo, podemos sim separar as pessoas por QI e constataremos o mesmo... O ponto de máximo da curva, será o Quociente Médio de Inteligência



Como o que disse, mais a figura sugere, podemos classificar as pessoas sim segundo sua inteligência, como diria minha amiga patrícia em seu post:

"As Vacas são as pessoas simples de pensamento, profundidade de um pires, muitas vezes com o raciocínio de uma pedra ou um celenterado, que se contentam com o regular; comem qualquer capim, desde que seja mastigável, desde o mais puro verde, até aquele de tons dourados, demi-sec"

Sendo assim, se consideramors o eixo x da figura como sendo a inteligência, colocaríamos as "vacas" no extremo mais a esquerda, e o que ela descreveu como "especiais" no extremo mais a direita. Note que fazendo assim, deixamos quase a totalidade da curva, sem definição, comprometendo assim uma explicação fundamentalmente estatística.

Agora pensando de outro jeito... As pessoas possuem aptidões diferentes, eu por exemplo, gosto de matemática e tenho facilidade de aprender, gosto de filosofia, sociologia, economia e de muitas outras coisas que também julgo fácil aprender... Mas sou terrível pintando, terrível em atividades físicas e terrível em vários outros aspectos, inclusive em emocionais. Então não acho justo também, separar as pessoas só pela inteligência (QI) visto que poderíamos separá-las também pelas aptidões físicas na mesma curva normal...

Então, para não me prolongar muito, diria que as pessoas são diferentes, que as pessoas podem possuir aptidões diferentes e níveis maiores ou menores de destaque nessas aptidões, mas que "per se" são só pessoas... E que também, como não temos tempo de nos dedicarmos a todos os caminhos existentes do conhecimento, dependemos uns dos outros em um sistema de pseudo-cooperação. Então ainda que nos achemos superiores por um ou outro aspecto, ainda dependemos dos outros por um ou outro aspecto também. E que as vezes julgamos os mais simples de pensamento como felizes, mas na maioria das vezes, não nos demos o trabalho para conhecê-los e entendê-los e verificar que, como são pessoas, todos sofrem, inclusive, por amor...

Obrigado Pseudo-Leitores, até o próximo post

Corroborando com o que disse, uma matéria que saiu agora na folha, enquanto eu digitava:

"Raças" para justificar dominação
http://bit.ly/2yv8AE

 
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